A pesquisa mostrou que o uso de maconha durante a gravidez pode aumentar o risco de natimortos, prematuros e baixo peso ao nascer.

Agora, um novo estudo adiciona outro perigo: as crianças cujas mães usaram maconha durante a gravidez podem estar em maior risco de autismo.

E o aumento do perigo não era pequeno: usando dados sobre cada nascimento, entre abril de 2007 e março de 2012, os pesquisadores de universidade descobriram que mulheres grávidas que usaram cannabis tinham 1,5 vez mais probabilidade de ter um filho com autismo do que mulheres que não o fizeram.

Havia meio milhão de mulheres incluídas na amostra, e cerca de 3.000 delas disseram que usaram maconha durante a gravidez. O banco de dados não incluiu as particularidades do uso de maconha por essas mulheres – como, com que frequência ou quanto elas a usavam.

Em um estudo anterior, os mesmos pesquisadores descobriram que o uso de maconha durante a gravidez estava associado a um risco aumentado de parto prematuro e outros resultados adversos do parto.

Os pesquisadores usaram esse novo estudo para determinar se havia mais impactos de longo prazo na saúde de crianças cujas mães usaram maconha durante a gravidez.

Eles fizeram isso combinando dois bancos de dados de saúde, um que rastreia diagnósticos (incluindo autismo) e outro que rastreia os resultados do nascimento em geral.

Houve uma ligação entre esses dois registros, para que possamos comparar os dados de nascimento com os resultados dos bebês dessa gravidez mais tarde na vida. Psiquiatra SP

Para mostrar que o uso de maconha por si só estava ligado ao aumento do risco de autismo, os pesquisadores analisaram especificamente 2.200 mulheres que usaram maconha, mas não usaram outras substâncias durante a gravidez.

Ainda assim, vários fatores podem contribuir para um risco aumentado de autismo. O estudo mostra apenas que o uso de maconha durante a gravidez pode estar associado ao autismo – não que ele definitivamente o cause.

Mulheres grávidas que usam maconha não o fazem apenas para fins recreativos – algumas dizem que a usam para tratar dores ou enjoos matinais.

Muitos dos pacientes com os quais ela trabalha usam maconha para aliviar as náuseas ou perguntam se deveriam. Essas mulheres dizem que essa é a única coisa que ajuda.

O mecanismo pelo qual o uso de maconha durante a gravidez pode afetar os resultados do parto e a saúde do bebê não é totalmente compreendido. Ainda assim, a maioria dos especialistas aponta para estudos em animais que encontraram receptores de cannabis no cérebro de embriões de animais com apenas 5 a 6 semanas de idade. Psiquiatra Brasilia

Quando uma mulher grávida consome maconha, esses receptores de cannabis seriam ativados, afetando potencialmente o desenvolvimento do cérebro do bebê.

O número de mulheres que usaram maconha durante a gravidez pode ser muito maior do que o relatado pelo estudo, visto que algumas podem ter negado o uso porque a maconha recreativa era ilegal quando os dados foram coletados.

A legalização nacional da cannabis recreativa no Canadá em 2018 foi um catalisador para o estudo. Médicos disseram que temiam que a legalização pudesse levar a um aumento no uso de maconha entre mulheres grávidas, apesar da falta de evidências de que seja segura.

O uso de maconha entre mulheres grávidas nos Estados Unidos e no Brasil já está aumentando, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas: 7% das mulheres grávidas relataram usar a droga em uma pesquisa 2016-2017. Psiquiatra Taguatinga

A gravidez é um período altamente sensível e as mulheres realmente não devem usar nenhuma substância que não tenham que usar durante a gravidez.