síndrome do intestino irritável é um distúrbio gastrointestinal funcional crônico. A doença ocorre mais comumente em mulheres de 25 a 40 anos e pode acometer de 10 até 20% da população. Suas causas envolvem alterações nos nervos que regulam o funcionamento intestinal, causando uma hiper-reatividade motora a vários estímulos como stress, alimentos, hormônio. Outros fatores que influenciam na doença são a genética, uma dieta alergênica, fatores psíquicos (traços de personalidade, abuso na infância e reduzido limiar para dor) e infecções por algumas bactérias específicas como shigella, salmonela e campylobacter.

O quadro clínico envolve: sensação de inchaço abdominal, excesso de gases, flatulência, dor abdominal difusa, percepção dos movimentos intestinais, insônia, tontura, fadiga, diminuição da libido. Essa doença pode não causar alterações no padrão de eliminação das fezes, mas é comum estar associada a diarreia ou constipação intestinal.

É comum encontrarmos pacientes com queixas de dores abdominais, que já realizaram vários exames de sangue, ultrassonografia, tomografia e até mesmo colonoscopia, sendo que, em nenhum deles, foi achada alteração que justifique essa dor. Pode ser a síndrome do intestino irritável que, por ser uma doença funcional e não estrutural, não apresenta alteração em nenhum desses exames.

O diagnóstico é essencialmente clínico, através dos critérios de Roma, que é uma compilação de sinais e sintomas característicos. Não há marcadores laboratoriais ou de imagem; todavia, muitas vezes o médico irá solicitar esses exames para excluir outras possibilidades diagnósticas mais graves como câncer e doença inflamatória intestinal. As principais doenças que podem ser confundidas com essa patologia são intolerância alimentar, parasitoses, tumores, gastroenterites, doença inflamatória intestinal.

Algumas doenças são comumente encontradas em conjunto, como a fibromialgia, a dismenorreia, gastrite, depressão e fadiga crônica.

O tratamento envolve mudanças na dieta e comportamento, bem como o uso de medicações específicas. Endoscopia em BH

Seguem algumas dicas para provocar alívio dos sintomas, porém as medicações a serem usadas devem ser prescritas pelo seu médico coloproctologista com base em seus sintomas:

  • Ter tempo para comer em um ritmo calmo.
  • Ter refeições em horários regulares
  • Evitar perder refeições ou ficar longos períodos em jejum.
  • Beber, no mínimo, oito copos de líquido por dia, principalmente água ou outras bebidas sem cafeína.
  • Realizar atividades físicas.
  • Controlar a ansiedade e a depressão.

Evitar uso dos seguintes alimentos:

  • leite e os derivados que contiverem lactose (queijo minas, requeijão);
  • alimentos com cafeína: chá preto, chá mate, chá verde, café, chocolate, coca;
  • condimentos e especiarias: canela, pimenta, alho, cebola;
  • ervilhas, erva doce, chicória, maça, pera, manga, pêssego, nectarina, ameixa, repolho, beterraba;
  • alimentos muito gordurosos: frituras, amendoim, queijos amarelos; – refrigerantes, bebidas alcoólicas;
  • alimentos com glúten: pão, macarrão, bolo, biscoito; – alimentos ricos em sacarose: açúcar, doces; – algumas carnes, como a de porco.

Dar preferência aos alimentos:

  • queijos: cheddar, gouda, parmesão, provolone, gorgonzola, brie, camembert;
  • banana, morango, kiwi;
  • peixes como sardinha e salmão;
  • arroz, carnes, ovos, alface, tomate, cenoura, batata, mandioca;
  • azeite de oliva, azeitona.

Divertículos Intestinais

diverticulose colônica é uma herniação da mucosa do intestino grosso por entre as fibras musculares da parede do cólon, formando “bolsinhas” em volta do intestino grosso. Isso ocorre mais comumente em mulheres acima dos 65 anos e tem grande prevalência em nosso meio. Alguns fatores de risco associados a essa doença são: idade avançada, constipação intestinal, elevada ingestão de carne vermelha, açúcar e farinha e baixa ingestão de frutas, legumes e cereais, no que se refere à alimentação e uso de opioides, corticoides e anti-inflamatórios, no que diz respeito ao uso de medicações. Proctologista em BH

A causa do surgimento dos divertículos é o aumento da produção de elastina e diminuição da produção do colágeno, o que, associado ao aumento da pressão na luz intestinal, predispõe à saída da mucosa através de defeitos na musculatura da parede do intestino.

Com relação ao quadro clínico, é importante salientar que 80 a 90% dos pacientes são completamente assintomáticos. Quando surgem sintomas, eles são:

  • Dor abdominal (especialmente no lado esquerdo da barriga, onde é mais comum a formação dessas bolsinhas). Essa dor pode diminuir com a evacuação ou eliminação de gases e aumentar após se alimentar;
  • Sangramento;
  • Excesso de gases abdominais;
  • Ressecamento nas fezes.

Os divertículos podem ser acometidos por infecção – nesse caso, os sintomas passam a ser febre, dor abdominal, ardência ao urinar e alteração de hábito intestinal para diarreia ou ausência de evacuação. Nos casos de se notar esses sintomas sugestivos de infecção do divertículo , a famosa diverticulite, um serviço de pronto atendimento deverá ser procurado imediatamente para uma avaliação mais profunda e urgente.

diagnóstico da diverticulose pode ser feito através de tomografia de abdome, enema opaco ou colonoscopia. Em casos de diverticulite, a colonoscopia é contra-indicada, pelo risco de destamponar uma lesão devido à insuflação de ar durante o exame e perfuração intestinal, podendo piorar o quadro.

tratamento envolve inicialmente uma correção da dieta, aumento da ingestão de água para, pelo menos, 2 litros ao dia e uso de fibras- vegetais, legumes e frutas. As fibras vegetais, nesse caso, são melhores do que as de cereais.

Algumas medicações podem ser usadas, mas ainda não há estudos randomizados controlados que comprovem sua eficácia- dentre elas, a mesalazina, a rifaximina e os probióticos. O ideal é conversar com o seu médico sobre essas possibilidades.

A cirurgia está reservada a casos de urgência (sangramento incontrolável e refratário a medidas clínicas e hemostasia via colonoscopia ou diverticulite aguda complicada) ou a pessoas que já tiveram vários episódios de diverticulite.